O desenvolvimento dos membros inferiores das crianças
- Ana Fernandes | Osteopata
- 21 de fev.
- 2 min de leitura
Quando se fala em perninhas e pés a dúvida instala-se e não é para menos porque o membro inferior sofre muitas alterações nos primeiros anos de vida. Assim, o que poderá ser normal ou aceitável numa fase não o será noutra. Até aos 4 anos é importante que todas as crianças sejam avaliadas por um profissional habilitado para o efeito, para que se avalie o que é ou não normal.
Tal pai tal filho. Muitas pessoas recorrem à consulta porque começam a identificar alterações que reconhecem em si próprios e querem atuar antes que seja tarde. A verdade é que a carga genética tem um papel fundamental na estrutura de cada um de nós.

Quando se inicia a marcha o pé do bebé apoia-se como um todo, não faz o movimento de apoio de calcanhar e saída do chão pelos dedos, em especial pelo dedo gordinho. Caminha com as pernas afastadas, com os joelhos um pouco fletidos e em arco (joelho varo) e abertura para fora dos pezinhos. Está a tentar alargar a sua base de sustentação para se equilibrar. Alguns bebés podem caminhar em pontas dos pés nesta fase. Se não passar em pouco tempo devem ser avaliados.
Após esse período os joelhos iniciam uma alteração de alinhamento que os vai levar a ficar colocados para dentro pelos 3 anos e meio (joelho valgo).
Progressivamente iniciam o percurso inverso, até que por volta dos 7 anos começam a ter um alinhamento muito parecido ao que será o do adulto. Assim, joelhinhos para dentro pelos 3/4 anos pode ser normal! 😉
👉 Outra questão que preocupa muito os pais são os aparentes pés planos. Só aos 4 anos pode ser diagnosticado um pé plano. Até lá os arcos plantares não estão formados ou ainda não estão visíveis porque os ligamentos são muito laxos (elásticos) e o arco abate. Vamos vigiando os pezinhos, principalmente os que podem à partida ter mais predisposição por herança genética. No que toca a pés o trabalho em equipa com a podologia é essencial. Apoios assimétricos são sempre para avaliar.
👉 E sobre a posição em W? Não, não aconselhamos que as crianças se sentem nessa posição por longos períodos. A articulação da anca é uma das articulações que nasce mais imatura. Muitas crianças sentem-se confortáveis nessa posição pelo excesso de anteversão femoral característica dos primeiros anos, mas esta posição não favorece o saudável desenvolvimento da articulação e é uma postura pobre do ponto de vista da ativação dos músculos do tronco. As crianças ficam numa posição de bloqueio, estabilidade e pouca atividade fazem.
O que fazer?
Marque consulta de osteopatia para avaliar as ancas e intervir se necessário. Em casa os pais podem ir propondo alternativas se a criança permanecer muito tempo nesta posição.
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