E quando não corre tudo como o esperado? 🤰💓
- Luísa Cantista | Psicóloga
- 27 de mar. de 2024
- 1 min de leitura

A notícia de uma doença congénita num filho, tem sempre um grande impacto nas suas famílias.
Há uma crise inevitável com o fim da idealização do bebé perfeito, desejado e bonito, e a consequente perda de esperanças e expectativas.
Esta crise dá, muitas vezes, lugar a um processo doloroso de luto, em que os sentimentos depressivos são comuns, como uma resposta emocional imediata ao diagnóstico, assim como o medo, a ansiedade, a raiva ou a negação. (MCCARTHY et al., 2006).
As reações ao diagnóstico divergem de família para família. A adaptação à nova realidade não é intrinsecamente negativa, mas deve ser vista como um processo real e significativo de transformação das famílias. (TRUTE et al., 2012). Tanto pode representar uma oportunidade de amadurecimento e fortalecimento da família, como pode criar uma rutura familiar e dos seus vínculos (Núñez, 2003).
Para acolher de forma positiva a nova realidade, torna-se necessário rever os papéis familiares e reaprender o papel de pais, que agora são mãe e pai de uma criança com necessidades especiais. É essencial chegar a um novo nível de funcionamento, apesar do sofrimento, tornando-se pais amorosos de um filho que não corresponde à sua idealização. Não basta serem pais funcionais e cumprirem tudo aquilo que as equipas de profissionais recomendam. A disponibilidade emocional para responder às solicitações da criança, para além das suas necessidades, é fundamental na promoção de aprendizagem e do seu desenvolvimento. Como com qualquer criança, são precisos pais disponíveis, responsivos e amorosos.
Uma nova idealização terá de ter todas as componentes da original, nomeadamente beleza, competência e esperança (Brazelton e Cramer, 1989). 🌟
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